A morte é algo que todos nós, mais cedo ou mais tarde, temos que enfrentar. Como é uma situação em que ninguém pode afirmar ou descrever o que se passa após o acontecimento, é motivo de preocupação e medo para muitas pessoas.
Mas como cada um responde a essa situação? Por que alguns têm mais medo do que outros? Será que o sujeito que apresenta algum transtorno de ansiedade tem mais medo da morte? Essas respostas, e muitas outras, você encontrará neste artigo. Confira!
A maior parte da sociedade apresenta medo da morte. Esse medo pode ter várias raízes diferentes: seja pela própria cessação da vida, medo de que um ente querido possa falecer, de não poder concretizar os seus objetivos ou mesmo um receio da separação.
Ter alguma ansiedade sobre a morte é uma parte normal da condição humana. No entanto para algumas pessoas esse medo pode ser persistente, intenso a ponto de afetar a saúde, o convívio e muitas vezes impedindo-a de valorizar cada etapa da vida.
As ideias apresentadas acima vêm ao encontro quando analisamos de uma forma mais próxima os sintomas de vários Transtornos de Ansiedade, onde o assunto morte aparece em destaque. Como exemplo, podemos mencionar um sujeito que sofre de transtorno obsessivo compulsivo (TOC), e que leva as suas mãos demasiadamente por temer contrair doenças. O mesmo ocorre quando o indivíduo demostra a necessidade de verificar de forma repetitiva se apagou todas as luzes e fechou as fechaduras de sua casa, na tentativa de evitar danos maiores, inclusive a morte.
As pessoas que têm síndrome do pânico apresentam a necessidade de validar frequentemente os seus sintomas físicos com um especialista, por terem medo de morrer de um ataque cardíaco. O mesmo ocorre no caso das fobias especificas. Muitas vezes um medo de pegar um avião, de entrar em um elevador, de estar em uma altura elevada, de ter contato com sangue, animais pode estar vinculado ao medo de morrer. Outros podem apresentar uma ansiedade, um medo intenso em contrair uma doença.
Lembrando que, no momento presente, estamos na mesma posição que um sujeito com alguma patologia que lhe rende um tempo curto de vida, pois nós não sabemos quanto tempo nos resta, o fim é o mesmo para todos.
A maior parte desses indivíduos precisam ter a sensação de estar no controle das situações e pretendem ter esse domínio frente a morte. As nossas emoções podem ser controladas por meio do que sentimos e pensamos, mas quanto ao controle do que irá acontecer, é um sofrimento ou uma estagnação de um processo natural da existência.
Vale ressaltar que em outras culturas, a contextualização sobre a morte é vista como culto a vida como no caso da cultura mexicana. Eles festejam o Dia dos Mortos, com comidas, música, máscaras de caveiras e trajes típicos. As crianças estão familiarizadas com o tema, inclusive existem desenhos animados explicando sobre esse dia
As crianças em geral não apresentam medo da morte e sim os adultos, que transformam essa questão em algo obscuro, podendo contribuir para o desenvolvimento de ansiedades.
Para lidar com esse medo, é importante desenvolver o senso de gratidão à vida, centralizar a mente no presente, usufruir momentos com as pessoas que gosta, manter-se envolvido com pensamentos positivos, realizar atividades que lhe deem prazer, trabalhar a espiritualidade e falar sobre a própria mortalidade.
Conforme Norma Van Rooy pesquisadora do tema referido, menciona: “como a criança que nasce, não temos escolha a não ser nos entregarmos ao desconhecido”.
O fato de trazermos a luz esse assunto é com objetivo de pensar e viver cada momento, desfrutando com mais atenção, cuidado e desapego. Para os budistas, cultivar um certo desapego é a condição essencial para uma “boa morte”.
E você, também tem sintomas de ansiedade e se vê em partes deste texto? E está disposto(a) a se expor de maneira gradativa a um processo que irá te ajudar a encontrar suas razões de vida, e que te auxiliará a se libertar deste medo? Saiba que a ajuda psicológica pode ser um grande catalisador neste processo